quarta-feira, 26 de maio de 2010

Nº3 - Catarina Lopes (Animais no Circo)

Escola secundária de são João do Estoril
Área de projecto

Catarina Lopes
Animais no circo



Catarina da Costa Torres Lopes
12º4 nº3
Estoril, 18 de Novembro de 2009

Animais no circo


Introdução


Este trabalho visa a informar as pessoas sobre a portaria que impede a exibição e reprodução de animais no circo, e sobre as condições a que estes animais estão sujeitos para que possamos ver um lindo espectáculo com animais selvagens a fazer diversas acrobacias.

A partir de Outubro de 2009, os parques zoológicos, centros de recuperação de animais e outras entidades licenciadas pelo ICNB (Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade), são os únicos a quem a lei permite deter animais considerados selvagens ou exóticos como os felinos (tigres e leões entre outros), hipopótamos, elefantes ou macacos. Os circos estão impedidos de comprar animais selvagens para os seus espectáculos, mas podem manter os animais que já detinham antes da entrada em vigor da portaria 1226/2009. A reprodução de animais em cativeiro passa também a ser proibida, todos os animais existentes têm de ser esterilizados ou separados por sexos, e quando morrerem os animais que estão agora a actuar nos espectáculos, não pode ser criado ou adquirido mais nenhum. No entanto, segundo Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), os circos vão continuar a ter elefantes, leões e tigres nos próximos 10 ou 20 anos. Isto, explica o instituto, depois de fazer contas baseadas na idade dos animais que vivem actualmente nos circos, pois os animais que actuam agora são jovens, estão de boa saúde e têm uma esperança média de vida alta. ( PETA, 2009).



Devido a esta nova lei muitos donos de circos estão revoltados e demonstram-se capazes de lutar para que esta nova portaria seja revogada, Miguel Chen admite que vai deixar os animais no estado natural, "como eles se sentem bem". "Esteriliza-los ou separa-los é contra-natura, por isso vou deixá-los viver a vida deles e que façam o quiserem". Miguel Chen aproveita e deixa um recado um pouco provocador: "o ministro se quiser que venha cá tratar do assunto e separa-los", Victor Hugo Cardinalli mostra-se um pouco mais calmo dizendo apenas que vai juntamente com a European Circus Association lutar para que esta lei mude através dos advogados que esta associação tem porque, diz Cardinalli, o circo sem animais não vai agradar a todos. (Abreu, 2009.)


A associação ANIMAL e a Liga Portuguesa para os Direitos do Animal aplaudiram o Governo pela proibição da exibição de animais em circos. “Este é um forte sinal de que o Governo está acordado para esta questão”, da exploração dos animais em circos, disse Miguel Moutinho, da associação ANIMAL, que defendeu que os animais deviam ser retirados do circo. O fim desta “tradição” é “um passo no sentido de acabar com a exploração dos animais” disse Maria Sampaio, presidente da Liga Portuguesa para os Direitos dos Animais, mas ressalvou que agora é necessário que a fiscalização seja implementada. (Anónimo 1, s/d)
Após esta análise e reflexão sobre a nova portaria é de salientar os direitos dos animais que são “escravizados” e as condições em que estes vivem em circos por todo o mundo.


Direitos dos animais

“Artigo 4º
1. Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático, e a reproduzir-se.
2. Toda a privação de liberdade, incluindo aquela que tenha fins educativos, é contrária a este direito
Artigo 10º
1. Nenhum animal deve ser explorado para entretenimento do homem.
2. As exibições de animais e os espectáculos que se sirvam de animais, são incompatíveis com a dignidade do animal.” (artigos aprovados pela ONU e UNESCO a 14 Novembro 2009). (Anónimo 2, s/d)


Estes são, dos direitos dos animais, talvez os mais importantes para este tema porque mostram como a utilização de animais no circo vai contra toda a dignidade dos mesmos. É também de salientar que muitos dos animais utilizados nestes “espectáculos” são animais selvagens em vias de extinção, que poderiam estar em reservas naturais e não a serem mal tratados e a viverem em péssimas condições na maioria dos circos, condições essas que se resumem a jaulas pequenas, pouco alimento e maus tratos.


Pode-se pensar que em Portugal não existem maus tratos como se vê em vídeos dos circos estrangeiros mas muitos são os animais resgatados de circos como o Circo de Portugal e Circo Chen, animais estes que se encontram em péssimo estado, muito magros e doentes. Nos últimos quatro anos o ICNB recolheu sete leões e quatro tigres abandonados na via pública, encontrados em jaulas que indiciavam ser de circos, mas nunca houve uma confirmação. Para além disso temos também o tempo que um animal destes necessita para aprender todos os magníficos truques que vemos quando vamos ao circo, truques esses que demoram certamente muitas e longas horas em que o animal esta a ser sujeito a maus tratos para que aprenda a fazer o que o seu domador quer, e aprenda a respeitar este. Temos como exemplo os leões, para que estes animais extremamente selvagens e violentos obedeçam a um Homem sem o atacarem é necessário muito respeito, o problema esta realmente na maneira com que o Homem consegue esse respeito, através de violência física excessiva a que um animal selvagem deste porte não deveria ser sujeito, hoje em dia os leões no circo são tratados como animais de estimação, como se de um gato se tratasse. (Smmp, 2008)


A única maneira de acabar com essa violência é mesmo acabando com os animais no circo, pois parte dessa violência é necessária para ensinar ao animal os diversos truques, será como ensinar um cão a fazer as suas necessidades na rua, temos sempre que recorrer a violência, embora nas nossas casas essa violência seja mínima. Em animais selvagens é necessária violência, sim, mas não exageradamente como se tem vindo a demonstrar acontecer em diversos circos.


Um argumento que pode ser utilizado contra esta nova lei é “o que farão as pessoas que vivem do circo com animais?” A essas pessoas e aos donos de circos deve-se recomendar que invistam o dinheiro que gastavam com a compra e manutenção desses animais em bons trapezistas, malabaristas, mágicos e palhaços e formem circos como o Cirque du Soleil, que é um dos mais, se não o mais, prestigiado circo do mundo no qual não existe a actuação de qualquer animal, ou em outros tipos de espectáculos originais, e assim consigam que o circo renda tanto ou mais dinheiro. Talvez esta seja uma boa forma de manter o brilho e o espectáculo que é o circo sem o sofrimento dos animais que hoje em dia são parte integrante destes “shows”. (Abreu, 2009)




Conclusão

Assim sendo e em jeito de conclusão respondo a pergunta, é legitimo ter animais a viver em péssimas condições e sujeitos a maus tratos apenas por diversão e lazer do Homem?
Na minha opinião e na opinião de inúmeras pessoas, não, não é legitimo utilizarmos como objectos estes animais selvagens que sofrem durante todo o processo de aprendizagem que um circo requer e todo o processo da preparação dos espectáculos diários de circos que viajam pelo Mundo fora, esta não é uma tradição que deva ser mantida, não se trata de questões culturais ou algo do género, trata-se da dignidade de animais que são utilizados pelo Homem para puro lazer e diversão.




Netografia

Smmp 2008, “Circos vão ficar sem leões” online in http://www.smmp.pt/?p=5224, página consultada a 10 de Novembro de 2009


PETA, “Animals are not our for entertainment” online in http://www.circuses.com/, página consultada a 10 de Novembro de 2009


Abreu, Bruno “Circos sem animais” online in www.dnoticias.pt , página consultada a 14 de Novembro de 2009

Anónimo 1 s/d, www.animaisdecirco.org/ online a 12 de Setembro de 2009

Anónimo2 s/d, “Direitos dos animais” online in direitosdosanimais.no.sapo.pt página consultada a 14 de Outubro de 2009

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