quarta-feira, 26 de maio de 2010

Nº23 - Daniel Moutinho (Legalização das Drogas Leves)


Projecto de Investigação

1. Tema geral: Domínio Mental
2. Tema específico: Drogas Leves
3. Título do trabalho: Legalização das Drogas Leves
4. Pergunta a que o trabalho responde: Devemos ou não legalizar as drogas leves no nosso país?
5. Programa: Irei utilizar como método principal de pesquisa a internet. Procurarei saber quais os verdadeiros malefícios e os possíveis benefícios das drogas leves, os seus prós e contras. Procurarei ainda saber quais as opiniões a favor e contra no nosso país e os seus argumentos e darei ainda a minha opinião no final.

Daniel Alexandre Carvalho Moutinho Santos
12º 4, Nº 23

Estoril, 18 de Novembro 2009


Droga: Definição
Considera-se ‘droga’ todo o tipo de substância, natural ou sintética, que induza mudanças no nosso organismo, quer seja ao nível fisiológico, que seja ao nível psíquico. Incluem-se também aqui todas as substâncias de aplicação médica.
Estas substâncias levam o indivíduo que as toma à necessidade de, progressivamente, ir administrando doses cada vez mais elevadas, ficando por isso dependente do produto. (da Costa, 2009)
Quando o indivíduo deixa de repente de satisfazer a sua dependência, sofre alterações consideráveis e bastante graves, deixando o organismo de funcionar normalmente. Esta dependência varia muito de sujeito para sujeito (em função da idade, tolerância à droga, tipo de substância, etc.), no entanto, ela por vezes é tão forte que leva o indivíduo a empregar todos os meios possíveis (por vezes ilegais) para satisfazer a sua necessidade. (da Costa, 2009)

Apesar de esta dependência variar de pessoa para pessoa, sempre que se suspende de forma abrupta o consumo de narcóticos, uma sequência de sintomas é comum a todos os indivíduos, sintomas esses que se designam por ‘Síndrome de Abstinência Narcótica’. (da Costa, 2009)
Esses sintomas, que se estendem essencialmente e na sua plenitude durante dois dias (aproximadamente), resumem-se essencialmente à ansiedade, lacrimejamento, fraqueza geral, dilatação das pupilas, tremores musculares, mudanças de temperatura, dores variadas, insónias, náuseas, vómitos, aumento da frequência respiratória, pulso rápido, aumento da pressão arterial, febre, diarreia, ejaculação ou orgasmo espontâneo, perda de peso, desidratação clínica, aumento dos leucócitos sanguíneos, aumento da glicose sanguínea, etc. (da Costa, 2009)
Já o ‘Síndrome de Abstinência no recém-nascido’, ocorre normalmente após 48 de parto de uma gestante viciada em narcótico, destacando-se os seguintes sintomas: febre, tremor, irritabilidade, vómitos, insuficiência respiratória, convulsões, choro agudo, muitas vezes ocorrendo a morte do recém-nascido. (da Costa, 2009)

Se a dependência não for interrompida, o vício levará naturalmente à morte do consumidor. (da Costa, 2009)
É essencialmente neste ponto (morte) que existe a distinção entre drogas leves e pesadas.

Diferença entre Drogas Leves e Pesadas
As drogas leves mais conhecidas são a marijuana (ou cannabis), o haxixe, anfetaminas e alguns analgésicos e tranquilizantes. (da Costa, 2009)
Do ponto de vista legislativo, não existe diferença entre drogas leves e pesadas, existe sim, entre drogas lícitas e ilícitas. (MGM, 2009)
Consumir uma droga leve ou uma droga pesada, é do ponto de vista da lei, igual. No entanto, as suas consequências para a saúde são muito distintas, sendo estas muito mais graves no que diz respeito às drogas pesadas. (MGM, 2009)

Malefícios e Benefícios
Existe neste momento um debate em Portugal (e em muitos outros países) sobre a legalização da Cannabis ou Marijuana.
No que diz respeito a esta droga, as suas consequências podem perfeitamente ser comparáveis ao álcool e essencialmente ao tabaco. Tem um grau de dependência bastante reduzido comparando com as drogas pesadas (e equivalente ao álcool e ao tabaco) e os seus efeitos nefastos são praticamente os mesmos que o tabaco. A única diferença é que poderá afectar o normal funcionamento do cérebro (sendo no entanto preciso anos de consumo abusivo). (MGM, 2009)
Relativamente aos benefícios, a cannabis contribui para uma perda considerável do medo e do stress, uma diminuição da dor em seropositivos, actua como uma boa medicação para os viciados passarem a consumir drogas leves em vez de pesadas; trás também benefícios para os doentes com a esclerose múltipla, diminui a agressividade, provoca uma sensação constante de bem-estar, combate as alergias de pele, etc. (MGM, 2009)

Posições assumidas no nosso país
Realiza-se todos os anos em várias cidades de todo o mundo, a Marcha Global da Marijuana. Em Portugal, esta marcha percorre as ruas de Lisboa, Porto, Coimbra e Braga e possui um pequeno manifesto referente à Legalização da Marijuana. (MGM, 2009)
Os organizadores defendem a legalização e regulamentação da cannabis para todas as suas utilizações, que incluem o consumo e cultivo pessoal, aplicações na medicina e alimentação, passando pela produção de fibra, pasta de papel, energias alternativas (biomassa, bioetanol), etc. Defendem também a descriminalização total do consumo de cannabis por adultos e o encorajamento do estudo e da pesquisa das muitas utilizações benéficas da planta para o seu uso industrial, social, recreativo e medicinal. Segundo esse manifesto, a legalização da Marijuana não só permitiria a igualdade de estatuto em relação a outras substâncias legais com iguais ou piores consequências (como o álcool ou o tabaco) mas também impediria que um consumidor tivesse que adquirir o produto de forma ilegal, evitando assim a compra de produtos adulterados (esses sim, verdadeiramente prejudiciais à saúde) e também o financiamento a redes criminosas, passando assim o estado a ganhar milhões de euros com impostos. (MGM, 2009)

A nível partidário existem essencialmente três posições no nosso país assumidas pelas juventudes partidárias, duas a favor e uma contra. A Juventude Socialista e a Juventude Esquerdista são a favor, enquanto que a Juventude Popular é contra.
O Partido Socialista defende a separação dos mercados das drogas leves relativamente às drogas duras e ainda a descriminalização. Apesar de apoiarem a Marcha Global da Marijuana, não participam nela pois não concordam com a totalidade do manifesto. (Vaz, 2009)
A posição do Bloco de Esquerda é muito idêntica à do Partido Socialista, com a excepção de participarem activamente na marcha, assumindo-se neste momento como os principais apoiantes da causa a nível político no nosso país. (Reis, 2007)
Já o Partido Popular (CDS/PP), um partido assumidamente mais à direita, é contra a legalização por recusarem a via do facilitismo. Dizem que legalizar não resolve o problema, pois o tráfico continua a existir. Defendem sim o reforço policial, o controlo e o ataque ao tráfico. Apesar desta posição, aceitam a descriminalização do consumo pois não acham que o consumo seja crime. (Van Uden, 2007)

Conclusão
Para concluir irei dar a minha opinião. É óbvio, e visível neste trabalho (que se figura como um simples resumo) que as consequências das drogas leves não justificam a sua ilicitude. Os benefícios próprios que a droga também pode trazer ao organismo e os benefícios que a sua legalização poderia trazer (não só à população como à economia) são por demais justificações para a sua legalização. Sou portanto a favor da legalização.

6609 Caracteres


Bibliografia

Sapo Vídeos (2009) Legalização das drogas leves. Online in http://videos.sapo.pt/5NmYYd9Zf8ebZ7yQ7qnw, consultado em 8.11.2009

Da Costa, M. (2009) Drogas. Online in http://www.antidrogas.com.br/oquedrogas.php, consultado em 18.11.2009

Marcha Global da Marijuana (2009) Manifesto. Online in http://www.mgmlisboa.org/manifesto/, consultado em 18.11.2009

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