quarta-feira, 26 de maio de 2010

Nº23 - Daniel Moutinho (Diabos Vermelhos)



Projecto de Investigação
1. Tema geral: Sentido da Vida
2. Tema específico: Grupos de Apoio Organizado
3. Título do trabalho: Diabos Vermelhos
4. Pergunta a que o trabalho responde: Como surgiram e se desenvolveram os Diabos Vermelhos e qual o seu modo de apoio?
5. Programa: Pesquisarei sobre a história da claque e procurarei também saber quais os seus ideias, os motivos da sua paixão e o seu modo de apoio (utilizando a internet como método de pesquisa).

Daniel Alexandre Carvalho Moutinho Santos
12º 4, Nº 23

Estoril, 12 de Dezembro de 2009


Nascimento e primeira década
Os Diabos Vermelhos são um grupo de apoio organizado ao clube desportivo português Sport Lisboa e Benfica, sendo uma das claques mais antigas de Portugal e a mais antiga do clube.
A claque foi criada em Novembro de 1982 por um grupo de sócios activos do Benfica que habitualmente se reunia na bancada central do 2º anel do antigo Estádio da Luz. Provavelmente bastante incentivados pela excelente campanha que a equipa de futebol realizava na Taça UEFA e pelo factor ‘novidade’, a claque experienciou um rápido crescimento. (Diabos Vermelhos, 2009)
Assumindo-se desde logo como ‘ultras’, tinham um estilo muito próprio para a época. Primando pelo excesso, a claque apostava nas bandeiras gigantes e utilizou desde logo muitas tochas e potes de fumo (sendo os primeiros em Portugal). A nível vocal, não sendo muito originais, eram muito ruidosos. (Diabos Vermelhos, 2009)
Apesar de acompanharem a equipa para praticamente todo o lado (incluindo para o estrangeiro, onde marcaram presença nas grandes campanhas europeias da equipa), surgiu a necessidade (ainda nos anos 80) de criar os Diabos Vermelhos Norte, garantindo assim a presença do grupo em bom número em todos os jogos no norte do país.
Mais para o final da década, o estilo foi evoluindo começando-se então a utilizar outras cores como o preto, o laranja, amarelo, etc. (Diabos Vermelhos, 2009)



A pior crise
No início de 1992 deu-se a primeira fase negra do grupo. Apesar de contar com excelentes apoios por parte da direcção do clube, divergências internas ditaram uma ruptura (ruptura essa que viria a dar origem a outra claque do clube, os No Name Boys), chegando inclusivamente a haver dois grupos em locais diferentes do estádio com o mesmo nome ‘Diabos Vermelhos’, no entanto o grupo original conseguiu ficar com o nome. O grupo bateu no fundo, pois apesar de nunca ter tido mais que 500 inscritos, conseguia-se sempre juntar muitos sócios e adeptos à sua volta, no entanto, durante este período chegaram a contar com apenas 10 pessoas na bancada. (Diabos Vermelhos, 2009)
A falta de alternativas da direcção fez com que surgisse uma nova, impulsionada pelos dois maiores núcleos da altura, Almada e Olivais. A primeira decisão desta nova direcção foi fazer a recontagem de sócios, vindo-se a verificar que restavam apenas 87 elementos. (Diabos Vermelhos, 2009)
No entanto, quando se partia para uma nova era, alguns elementos do grupo conectados com a extrema-direita exibiram durante alguns jogos símbolos racistas, vindo o grupo a perder o apoio da direcção. Os símbolos desapareceram, mas o apoio jamais voltou. Estes acontecimentos marcaram o grupo perante toda a sociedade portuguesa, mas com o tempo, a politização desapareceu do grupo e as atenções afastaram-se. (Diabos Vermelhos, 2009)

O Renascimento
Quando a claque começou a renascer das cinzas e a construir novo material, surgiu aquele que é ainda hoje o lema principal do grupo: “Connosco Quem Quiser, Contra Nós Quem Puder.” Esse lema serviu como cavalo de batalha para os tempos que se seguiram, ajudando a fechar o grupo sobre si próprio e a criar uma mentalidade e uma atitude fortíssima e inabalável nos seus membros. A claque foi crescendo e vários núcleos surgiram um pouco por todo o país, sendo o ano de 1994 (último ano em que o Benfica foi campeão nacional antes do longo hiato de onze anos) apontado como o ano de renascimento do grupo. (Diabos Vermelhos, 2009)
Os anos foram passando e o grupo continuou a crescer, especializando-se pelas belas coreografias que sempre fizeram (sendo ainda hoje reconhecidos por isso, não só pelos benfiquistas como pelos rivais), coreografias essas que melhoraram ainda mais com a nova sede que o grupo conseguiu no Verão de 1996. Com novas instalações para trabalhar, tudo começou a funcionar com melhor fluidez. (Diabos Vermelhos, 2009)
Foi inclusive durante esta década que as relações entre a claque e os jogadores melhoraram, sendo estes, presença habitual nos jantares do grupo. (Diabos Vermelhos, 2009)



A época de ouro
Já no novo século, o período de maior crescimento do grupo, coincidiu com um período de relacionamento bastante hostil com a outra claque do clube, os No Name Boys. Vários confrontos culminaram com o incendiamento da sede durante a madrugada e o esfaqueamento de um membro, situação que teve bastante impacto na comunicação social. Apesar destes lamentáveis acontecimentos, o crescimento não abrandou e chegou então aquela que é reconhecida como a época de ouro da claque, passando o grupo a ser reconhecido como uma das maiores e melhores claques a nível nacional. (Diabos Vermelhos, 2009)



É durante essa época de ouro que o grupo se destaca de várias maneiras. Para além do elevado número de membros e as cada vez melhores e maiores coreografias (destacando-se talvez a de despedida do antigo estádio), o grupo lançou ainda um CD e apostou bastante no apoio às modalidades amadoras, com um carinho muito especial pelo hóquei-em-patins, chegando inclusive a ajudar bastante, doando dinheiro à secção. (Diabos Vermelhos, 2009)
2003/2004 foi uma época muito especial, não só para ultras benfiquistas como para todos os sócios e adeptos. Para além da inauguração do novo estádio, a morte de dois jogadores do clube (Fehér e Bruno Baião), a presença massiva de adeptos benfiquistas num jogo em Milão e o regresso aos títulos (Taça de Portugal) oito anos depois, frente ao todo-poderoso FC Porto do José Mourinho, conferiram a esta época um estatuto místico.
Mas quando nada o fazia prever, novas divergências surgiram no seio do grupo, levando ao abandono do líder, formando-se assim uma nova direcção. No entanto, a época brilhante que o clube fez (2004/2005), conquistando o campeonato nacional após onze anos de jejum, fez com que nada disto ganhasse relevo. Grandes e majestosas coreografias e poderosas fumaradas foram realizadas pelo grupo durante toda a época, demonstrando que o poder e a criatividade não estavam afectados. (Diabos Vermelhos, 2009)
Porém, na nova época devido á nova política da venda de bilhetes, a todos os membros da claque era exigido que fossem também sócios do clube, levando o número de associados a descer de cerca de 5000 para pouco mais de 1500, redução essa que apesar de tudo veio reforçar a união e mentalidade do grupo. É esta a época considerada “a melhor de sempre a nível coreográfico”, talvez devido à fabulosa campanha europeia realizada pelo clube. Grandes deslocações foram também realizadas não só no estrangeiro, como em Portugal. (Diabos Vermelhos, 2009)

Actualmente
Desde então, o número de elementos tem vindo a descer drasticamente, contando-se hoje em dia apenas poucas centenas de pessoas na bancada. No entanto, o grupo destaca-se como a principal claque (e uma das poucas) na luta contra a legalização imposta pelo poder governativo e na luta contra a repressão sentida nos estádios do nosso país.



Com 27 anos recentemente completados, e não falhando um único jogo do Sport Lisboa e Benfica, os poucos elementos resistentes prometem não desistir na luta pelo seu amor e pelos seus ideais, destacando-se no grupo os DV Norte, os CUMS (Comando Ultra Margem Sul) e o grupo de jovens lisboetas da Nova Guarda. Apesar de passar uma das maiores crises de sempre, é visível o crescimento recente não só de membros, mas ainda mais importante, o crescimento de atitude, mentalidade, união e amizade, sendo para muitos, esta a melhor fase de sempre no que a estas quatro características dizem respeito. Tudo isto promete um futuro bastante risonho para uma das claques míticas de Portugal.



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Bibliografia

Diabos Vermelhos (2009) História. Online in http://www.diabos1982.pt/dv1982/index.html, consultado em 10.12.2009

Anónimo (2009) Diabos Vermelhos – SL BENFICA. Online in http://claquesportugal2.fotopages.com/?entry=576218, consultado em 10.12.2009

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