quarta-feira, 26 de maio de 2010

Nº11 - Joana Madruga (MÉDICOS SEM FRONTEIRAS)



Estoril, 8 de Dezembro de 2009

Projecto de Investigação
1. Tema geral: Sentido da vida.
2. Tema específico: Voluntariado.
3. Título do trabalho: Médicos Sem Fronteiras.
4. Pergunta a que o trabalho responde: Quais as (principais) funções dos Médicos Sem Fronteiras?
5. Projecto: Neste trabalho pretendo investigar quem fundou MSF, como é financiada, quais as suas principais funções, quais as dificuldades enfrentadas pelos voluntários durante as suas missões e o que é preciso fazer para ser voluntário nesta organização.

Introdução
Este trabalho individual de grupo no âmbito da disciplina de Área de Projecto tem como propósito investigar a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras de forma a poder responder a perguntas como: quando é que a MSF foi fundada e quem a fundou, como é financiada, que dificuldades são enfrentadas pelos voluntários desta organização durante as suas missões e ainda o que é preciso fazer para ser um “médico sem fronteira”.

O que é a Médecins Sans Frontières/Médicos Sem Fronteiras?

Médecins Sans Frontières, ou em português Médicos Sem Fronteiras (MSF), é uma organização internacional não governamental sem fins lucrativos que oferece assistência médica de urgência em casos como conflitos armados, catástrofes naturais, epidemias, fome e exclusão social. É a maior organização não governamental de ajuda humanitária do mundo, na área da saúde (Medecins Sans Frontieres, 2009).

Como surgiu?
Foi criada a 20 de Dezembro de 1971 por um pequeno grupo de médicos franceses liderados por Bernard Kouchner que haviam trabalhado como voluntários, da Cruz Vermelha, em Biafra, região da Nigéria que, no final dos anos 60, vivia uma guerra civil brutal. Ao regressarem a França concluíram que era necessário a criação de uma associação que aliasse a ajuda humanitária e acções de sensibilização junto aos media e às instituições politicas. Assim, o sentimento de frustração desse grupo e a vontade de assistir as populações mais necessitadas deram origem à MSF (Rocha, 2008)

Como é financiada?
MSF é uma iniciativa independente, isto é, não está associada a poderes políticos, militares, económicos ou religiosos e tem liberdade de acção graças à total independência financeira. De todo o financiamento da MSF, 80% vêm de doações privadas (Medecins Sans Frontieres, 2009).

Quais são os seus principais objectivos e como actua?

A MSF tem por objectivo levar assistência e cuidados médicos às populações das zonas mais carenciadas do nosso planeta, onde os serviços médicos são parcos ou inexistentes.
Em geral, quando há uma situação de emergência o primeiro passo é enviar uma equipa para fazer um levantamento dos problemas da região. Posto isto, MSF actua levando cuidados médicos. Nos casos de epidemia, implementam vacinação em massa, campanhas de sensibilização etc. Se for uma situação de fome, são criados centros de nutrição para a recuperação das crianças desnutridas. Tratamento, distribuição de água e construção de latrinas para a população são actividades frequentes no trabalho de emergência de MSF, assim como a distribuição de materiais de emergência. É também frequente a MSF permanecer num local, perto da população atingida mesmo depois dos problemas que motivaram a sua presença estarem controlados.
Além de oferecer atendimento em situações de extrema urgência, esta organização também está presente em locais onde o sistema de saúde não funciona ou não existe oferecendo cuidados de saúde básica e de prevenção em campos refugiados, áreas de grande instabilidade ou isoladas (Medecins Sans Frontieres, 2009).
Durante as missões, a avaliação dos procedimentos é constante, para adaptá-los às necessidades da população que está a ser assistida. A troca de informações entre os voluntários que estão em campo e os centros operacionais é contínua, o que permite uma certa flexibilidade a nível das operações e optimização dos recursos em favor das pessoas assistidas.
Todos os projectos da MSF têm um prazo. Uma vez ultrapassadas as necessidades que levaram a enviar uma equipa para o local, a MSF começa, gradualmente, a retirar-se para encerrar a missão ou para repassa-la a ONGs locais ou ao governo do país (Rocha, 2008).

Principais acções da organização Médecins Sans Frontières:
 Campanhas de vacinação;
 Campanhas de sensibilização;
 Assistência a campos de refugiados;
 Nutrição terapêutica e suplementar;
 Distribuição de alimentos em regiões problemáticas;
 Distribuição de medicamentos;
 Assistência médica dentro de instalações públicas pré-existentes;
 Cirurgias;
 Construção de hospitais e postos de saúde;
 Formação de pessoal de saúde;
 Apoio à reinserção social;
(Smith, 2005)

A MSF garante a segurança dos seus voluntários?
A segurança de todos os voluntários é a principal preocupação para a MSF. Se um voluntário está preocupado com os riscos ou perigos presentes na missão proposta pode recusá-la. Os elementos da MSF são responsáveis pela sua protecção e bem-estar durante as suas missões, no entanto a organização oferece excelentes protocolos de segurança e sistemas para minimizar o risco. Caso uma missão se torne “perigosa”, a equipa, que se encontra no local, é evacuada para um ambiente seguro (Rocha, 2008).

Quais as maiores dificuldades que a MSF enfrenta durante as suas missões?
A maior dificuldade é a falta de acesso às populações que se encontram em situações de emergência. Isso deve-se muitas vezes a dificuldades impostas pelos governos, grupos rebeldes ou partes de um conflito, que não querem que a população seja assistida ou não querem testemunhas dos excessos cometidos. No entanto, na maior parte dos casos, a MSF consegue negociar até conseguir que os seus profissionais assistam a população (Rocha, 2008).


O que é preciso fazer para se tornar um “médico sem fronteira”?
Os escritórios nacionais da MSF são responsáveis pela contratação e coordenação de voluntários. Cada escritório nacional tem informações específicas de contratação.
Para trabalhar na MSF é necessário:
• Ser um profissional formado com ou sem experiência;
• Trabalhar em pelo menos uma das seguintes áreas: medicina, enfermagem, administração, finanças, laboratório e análises clínicas, psicologia, antropologia, sociologia ou comunicação;
• Falar fluentemente (no caso de um português): línguas estrangeiras, de preferência o inglês ou francês ou ainda árabe;
• Disponibilidade para trabalhar fora do país por 12 meses ou mais.
Para se inscrever é preciso enviar um e-mail para um dos escritórios nacionais, por exemplo, no Brasil basta enviar para recrutamento@msf.org.br. Os aprovados entram num período de espera. A escolha do local da missão é feita com base na necessidade de ajuda humanitária e não no interesse pessoal do voluntário (Medecins Sans Frontieres, 2009).

Conclusão
O “pequeno grupo de médicos” evoluiu e conta agora com mais de 27 mil profissionais que assistem perto de 60 países. Desde 1971 grandes dificuldades foram ultrapassadas graças à ajuda dos voluntários da MSF e de doações privadas. Neste momento, milhões de pessoas sofrem epidemias, conflitos, catástrofes naturais e fome. A organização acredita que todo ser humano, independentemente da nacionalidade, religião, etnia e posicionamento político, tem direito a cuidados de saúde. A doação de bens ajuda a garantir a sua independência. Este apoio é extremamente importante para permitir que a MSF continue a oferecer assistência médica nos seus projectos em todo o mundo.
Uma doação ajuda a salvar vidas.
(Como reconhecimento do trabalho humanitário desenvolvido em diversos locais do mundo, em 1999 a MSF recebeu o Prémio Nobel da Paz).


Fonte de Pesquisa

- Smith, B.K. (2005), Doctors Without Borders – A Global Volunteer Organization Helping People In Crisis Regions, online in: http://www.travelandtransitions.com, consultado em 6.11.2009.
- Rocha, S. (2008), Médicos sem fronteiras, online in: http://portaldovoluntario.org.br/, consultado em 6.11.2009.
- MEDECINS SANS FRONTIERES (2009), Volunteer with MSF, online in: http://www.msf.org, consultado em 6.11.2009.
IMAGENS:
- MEDECINS SANS FRONTIERES (2009), clique e seja doador sem fronteiras, online in: http://www.msf.org.br, consultado em 8.11.2009.

1 comentário: