quarta-feira, 26 de maio de 2010

Nº21 - Vanessa Gaio (TGV)


TGV






Projecto de Investigação

1. Tema geral: Sentido da Vida

2. Tema específico: Actualidade / Economia

3. Título do trabalho: TGV

4. Pergunta a que o trabalho responde: Presentemente o TGV em Portugal deve ou não ser feito?

5. Programa: Inicialmente farei um breve parágrafo onde falarei do tema em questão (TGV) e o que está realmente implícito. Seguidamente mostrarei argumentos a favor e contra a criação do mesmo, tendo em conta o parecer de partidos políticos e da RAVE.

Introdução

Este trabalho contempla informação sobre a alta velocidade a construir em Portugal. É fundamental esclarecer que a dúvida não se trata da sua construção, mas sim do facto de ser realizada já; colocando ainda a questão do troço Lisboa-Porto ser rentável, devido ao elevado custo que apresenta em relação aos outros eixos.

Antes de tudo, vou mostrar o projecto da RAVE focando-me nos seus objectivos, troços que pretendam elaborar, bem como no modelo de negócio adoptado. Tudo isto para revelar como foi planeado o TGV para Portugal, podendo deste modo entrar no próximo subtítulo (pontos de vista).

Seguidamente, mostrarei o parecer face à sua elaboração no presente, tendo por um lado os motivos da RAVE, que é onde se baseia a opinião do partido político PS; e por outro as razões do PSD.


O Projecto

A empresa portuguesa RAVE (Rede Ferroviária de Alta Velocidade) (figura 1) para além do propósito de diminuir a distância-tempo dos seus transportes tornando-os mais eficientes, tem no seu planeamento estratégias/objectivos que visam a integração de Portugal no espaço Ibérico e Europeu, nomeadamente na Rede Transeuropeia (onde o projecto português faz parte de um grupo de prioridades). Aponta para um aumento da competitividade na fachada Atlântica, para a articulação da rede AV com a actual, além do desenvolvimento económico nomeadamente regional, pois é preciso ter em conta que as infra-estruturas da alta velocidade encontram-se ligadas a portos, aeroportos e plataformas logísticas.

Este projecto incide em 5 ligações, são elas Lisboa – Madrid com projecção de início de exploração para 2013; Lisboa-Porto com planeamento para 2015 e Porto-Vigo tem a sua 1ºfase planeada para 2013. É de assinalar a parceria feita entre a RAVE e o ADIF (entidade responsável pela construção ferroviária em Espanha) criando o AVEP (Alta Velocidade Espanha Portugal) que permite os estudos precisos para as ligações entre Portugal e Espanha.

Encontram-se em análise outros eixos, Aveiro-Salamanca e Évora-Faro/Huelva.

Para a construção da alta velocidade o montante inclui 37% para o Estado Português, 18% para a União Europeia (fundos comunitários) e 45% para o Cash flow de exploração (onde todas as ligações dão origem a receitas que permitem cobrir a exploração, existindo a libertação de Cash flow). É de assinalar que o modelo adoptado para a Alta Velocidade e o forte apoio da União Europeia minimizam os custos do Estado Português. (RAVE, s/d).


Pontos de vista

RAVE – Contém no seu projecto argumentos que pretendem justificar a criação do TGV no presente.

A repartição modal, ou seja, a transferência de passageiros/mercadorias para a rede ferroviária dá lugar segundo esta empresa, a uma diminuição da sinistralidade pelo facto de serem criados padrões de alta segurança, tendo em conta a violência com que nos deparamos ao vermos um simples telejornal. Para além disto, permite benefícios para o ambiente nomeadamente 3 a 10 vezes menos CO2 em relação aos outros transportes, um ganho energético causado por uma maior eficiência dos mesmos e ainda uma diminuição da poluição sonora.

É importante referir que a repartição modal permitirá a diminuição do congestionamento da linha Norte, onde por dia circulam cerca de 600 comboios.

Um dos argumentos que esta entidade apresenta é o facto do seu projecto e posterior execução consentir desafios para os nossos centros de investigação criando novos produtos, o que poderá levar a uma maior oportunidade no mercado internacional.

Outro argumento usado, que funciona como um alerta, é o facto do valor definido pela Comissão Europeia (1488 mil milhões €) só ser válido entre 2007-2013.

A RAVE fez ainda uma projecção das consequências que o TGV terá no espaço de 30 anos. São elas 56 mil postos de trabalho permanente, melhoria no investimento privado, crescimento do PIB (121 mil milhões €) e aumento da receita fiscal para o Estado Português (64 mil milhões €).

Com toda esta argumentação a RAVE pretende mostrar que não há motivos para o adiamento da alta velocidade, pois esta melhora sectores que se encontram em dificuldade. O administrador desta entidade, Carlos Fernandes refere que “o custo do TGV é inferior à importação de energia num ano” (Silva, M., 2009) (RAVE, s/d)

O partido político PS liderado pelo nosso primeiro-ministro José Sócrates concorda com as razões utilizadas pela RAVE, dizendo que a criação da alta velocidade permite que Portugal se torne menos periférico e isolado dando ocasião a um aumento das exportações. O líder diz que “ (…) claro está, oiço para aí muita gente dizer que devemos adiar (…) Isto é altura não para discutir de novo, nem para adiar, este é o momento justamente para o fazer” (Anónimo 1,2009).

PSD – Liderado por Manuela Ferreira Leite para argumentar contra a construção do TGV no tempo actual, foca-se no estado em que se encontra o nosso país, declarando que a economia está em recessão e continuará assim até 2010, que o desemprego está a aumentar exponencialmente, as empresas passam por enumeras dificuldades e há um elevado nível de endividamento. Tudo isto se resume à crise, sendo bastante salientada por este partido, que acusa o PS (partido que apoia a construção do TGV) de só se encarregar de esgotar o crédito de mercado em projectos poucos viáveis (projecto da RAVE). Reforça ainda, que esta construção irá afectar as gerações futuras, que serão gerações mais pobres, pois serão elas que sofrerão as consequências negativas deste empreendimento.

Deste modo, o PSD considera que o TGV não pode ser visto da mesma maneira, calculando que não existe dinheiro para tudo, reforçando com a ideia de o défice externo se encontrar no máximo, a divida pública ser excessiva e o crédito mais caro. Por todas estas razões o partido considera viável a mobilidade para outros projectos que visem a resolução dos problemas do nosso país, nomeadamente planos geradores de emprego e de aumento da actividade económica nas empresas nacionais, em especial nas PME’s.(Costa J., 2009)


Conclusão

Eu sou a favor da construção da linha de alta velocidade, para além de ser um investimento com futuro, não só pela boa mobilidade (estaremos mais perto de outras grandes cidades europeias, não sendo necessário um “check in” como nos aviões), mas também pela boa eficiência energética, acrescentando ainda que nos vai permitir uma maior e mais fácil ligação com a Europa, que é o nosso principal mercado; pelo facto de encurtar a distância-tempo, bem como a harmonização da linha evitando os transbordos, fazendo então entrarem mais investimentos de empresas europeias, bem como a maior saída de investimentos para o estrangeiro.

Para ainda tornar a minha opinião mais convicta, há que acrescentar o facto da forte participação dos fundos da EU para a construção desta obra pública, fundos que se a construção não for realizada num curto prazo vão ser retirados. Ainda agravante, o facto de referir os postos de trabalho que a rede de alta velocidade vai trazer na sua construção, indo de encontro às ideias Keynesianas que defendem que aquando um alto nível de desemprego o estado deve recorrer às obras públicas de forma a arranjar trabalho, aumentando a procura, estimulando assim a economia. (Anónimo 2, 2009)


Bibliografia da Internet

Anónimo 1 (2009) Ps Legislativas 2009 (25.08.09) José Sócrates afirma que é altura de avançar com o TGV, Online in: http://www.ps.pt/ , consultado em 09.12.2009

Anónimo 2 (2009), Wikipédia, John Maynard Keynes, Online in: http://pt.wikipedia.org/, consultado em 08.12.2009

Costa J., (2009), Jorge Costa defende que o projecto da alta velocidade deve ser posto de lado, Online in: http://www.psd.pt/ , consultado em 09.12.2009

RAVE (s/d), Alta Velocidade, Online in: http://www.rave.pt/, consultado em 06.12.2009


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